“Quando meu amor jura que ela é feita da verdade, acredito, sim, no que diz, embora saiba que está mentindo”
Shakespeare, soneto 138
Ao tratar do autoengano, Eduardo Giannetti se reporta ao grande bardo inglês:
“A lógica paradoxal do jurar apaixonado é flagrada por Shakespeare na peça dentro da peça encenada em Hamlet. À promessa de amor e fidelidade eterna da rainha, o rei, implacável, replica:
Acredito sim que penses o que dizes agora
Mas aquilo que decidimos, não raro violamos
O propósito não passa de servo da memória
De nascer violento mas fraca validade
E que agora, como fruta verde, à arvore se agarra,
Mas quando amadurecida, despenca sem chacoalho.
Imprescritível é que nos esqueçamos
De nos pegar a nós mesmos o que a nós é devido.
Aquilo que a nós mesmos em paixão propomos,
A paixão cessando, o propósito está perdido.
Leia aqui o artigo na íntegra.
17.11.2021